Ações da Petrobras (PETR4) caem com incertezas sobre CEO e dividendos extraordinários
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A possibilidade de troca no comando da Petrobras (PETR4) e as incertezas sobre o pagamento de dividendos extraordinários seguem mexendo com as ações da petrolífera. A queda era de de 0,61% por volta das 11h30, com a cotação a R$ 37,65, dando continuidade ao movimento iniciado ontem, quando os papéis encerraram em queda de 1,14%.
Os investidores têm reagido de forma negativa às notícias de que o atual CEO, Jean Paul Prates, conhecido por ter experiência no setor, possa ser substituído pelo presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, um quadro histórico do PT.
Prates deve se encontrar com o presidente Lula na segunda-feira. Segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal “O Globo”, a reunião teria sido solicitada pelo executivo para esclarecer sobre a sua permanência ou não. Prates abriu mão da vaga no Senado para assumir o posto, no início do governo.
O nome de Mercadante surgiu nesta quinta-feira, mas o desgaste de Prates é anterior, com críticas públicas por parte do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa.
Mas o pregão de quarta-feira foi volátil. Se por um lado o nome de Mercadante não agradou, a especulação sobre o pagamento de dividendos extras animou os investidores, e o papel chegou a subir forte em parte do leilão.
Em nota divulgada após o fechamento dos mercados, a estatal afirmou que não há decisão sobre o pagamento de dividendos. No entanto, afirmou que qualquer decisão par ao uso da reserva de remuneração de capital pode ser tomada durante assembleia de acionistas.
“A competência para aprovar a destinação do resultado, incluindo o pagamento de dividendos, é da assembleia geral de acionistas, que será realizada no dia 25 de abril deste ano”, segundo o comunicado.
Em março, o Conselho de Administração propôs que R$ 43,9 bilhões fossem integralmente destinados à reserva de remuneração do capital.
A União é a maior acionista da Petrobras. A distribuição de dividendos extra iria para o caixa do governo, ajudando assim as contas públicas.
Os dividendos extraordinários da estatal não estão previstos no Orçamento de 2024, apenas os ordinários, que já foram distribuídos. Esses proventos, caso sejam pagos, podem compensar as medidas de arrecadação que encontram dificuldades de aprovação no Congresso Nacional.
Tanto a possível mudança no controle da petrolífera como o pagamento dos dividendos são vistos como a possibilidade de intervenção do governo na Petrobras.
É justamente uma aparente falta de alinhamento entre Prates e integrantes do governo Lula que causou o desgaste. Silveira, por exemplo, cobrou de Prates publicamente a redução do preço dos combustíveis.
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