Com Trump fortalecido, o que esperar para o dólar em um governo do republicano?

De um lado, o republicano promete reindustrializar economia, o que pediria um dólar mais fraco; do outro, fala em maiores gastos e tarifas The post Com Trump fortalecido, o que esperar para o dólar em um governo do republicano? appeared first on InfoMoney.

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Donald Trump durante um evento de campanha em Filadélfia em 22 de junho (Hannah Beier/Bloomberg)








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O atentado contra o candidato à presidência dos Estados Unidos Donald Trump mudou o jogo político na maior economia do mundo. O republicano, que já era visto como favorito a ocupar a Casa Branca a partir de 2025, ganhou ainda mais força, segundo analistas.

Mas as visões para como ficará o dólar, caso esse aparente favoritismo se confirme, continuam divididas. Apesar de a maioria enxergar a moeda americana mais forte, em uma eventual vitória do ex-presidente e bilionário, há quem discorde disso.

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Nesta semana, por exemplo, a Gavekal mencionou em relatório enxergar a moeda americana mais fraca no caso de uma possível vitória de Donald Trump. Para a casa de research, uma das maiores do mundo, o republicano é um “mercantilista” e claramente quer um “dólar mais fraco”. 

“Em justiça, um dólar mais fraco faria sentido em muitos níveis. Primeiro, o dólar dos EUA é muito caro. Segundo, se os EUA realmente querem se reindustrializar—e é difícil ser a hegemonia militar mundial sem uma base industrial — então um dólar mais fraco é quase uma necessidade”, fala a casa.

Donald Trump sob esse olhar, poderia querer um dólar mais fraco para fortalecer a indústria nacional americana, facilitando as exportações e tornando os produtos americanos mais competitivos no mercado internacional. Um dólar mais fraco resulta em produtos importados mais caros e os produtos exportados mais baratos, o que pode ajudar a proteger e estimular a produção doméstica.

“A escolha do vice-presidente J.D. Vance vai nessa linha. Ele não fala em dólar fraco, mas Vance menciona com alguma frequência que os outros países não deveriam usar a moeda mais fraca como instrumento de exportação aos Estados Unidos”, acrescenta Jorge Dib, sócio e gestor da Galapagos Capital.

Mas consenso é de dólar mais forte

Dib, no entanto, menciona que essa visão de um dólar mais fraco bate em outras questões também prometidas por Trump. Segundo ele, há, por enquanto, duas narrativas — com o mercado ainda estando “confuso”.

Do outro lado, o fato de o republicano, por exemplo, defender maiores tarifas para a importação de produtos nos Estados Unidos é visto como um possível impulsionador do dólar. 

“Se colocar mais tarifas para a China, por exemplo, provavelmente resultará em um menor crescimento global. E quando você tem um menor crescimento global, é algo que, geralmente, fortalece o dólar”, contextualiza o especialista. Nesse cenário, de economia mundial mais fraca, investidores tendem a buscar a segurança do dólar e dos títulos do tesouro americano.

Fora isso, Dib também relembra que Trump vem prometendo um fiscal mais frouxo e menos impostos — o que também tende a impulsionar a moeda norte-americana. Se as contas públicas dos EUA piorarem, o provável é que os juros, por lá, fiquem mais altos, o que tende a levar fluxo de capital para os EUA e a fortalecer sua divisa. 

“De qualquer forma, muito provavelmente a gente vai em breve entrar em um período de juros um pouco menores nos Estados Unidos. Mas com Trump poderíamos ter uma volta desse movimento de alta”, explica o gestor da Galapagos. “Uma coisa é falar que quer um dólar mais fraco, mas, do outro lado, colocar tarifas e fazer uma política expansionista mais forte, que provavelmente vai precisar de um juros mais alto”.

Rodrigo Cabraitz, gestor de portfólio da Principal Clarita, vai na mesma linha, mencionando que o aumento das tarifas de importação foram “marcantes” no primeiro mandato do republicano.

“Pensando pelo contexto global, o real deveria sofrer menos que os pares. Mas o Brasil pode sofrer um efeito de segunda derivada, em que o enfraquecimento da China e os potenciais aumentos de tarifa nos EUA para a China prejudiquem a economia do país asiático e, decorrentemente, a balança comercial brasileira”, fala Rodrigo, lembrando que, hoje, a China é o principal parceiro comercial brasileiro. 

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