Desconhecido nos EUA, negócio feito por brasileiros catapultou Burger King
Alex Behring, sócio da 3G Partners de Jorge Lemann, Marcel Telles e Alberto Sicupira, contou ao podcast “Capital Allocators” os bastidores do investimento The post Desconhecido nos EUA, negócio feito por brasileiros catapultou Burger King appeared first on InfoMoney.


Sem expectativas de largar o osso tão cedo, a 3G Capital celebra 14 anos à frente de um dos negócios de private equity mais bem-sucedidos, e desconhecidos, dos últimos anos: a aquisição do Burger King. Ao menos é essa a avaliação feita por Ted Seides, que comandou uma rara entrevista com um dos sócios da gestora, Alex Behring, ao podcast “Capital Allocators”, na última segunda-feira (6).
É um raro caso de entrevista do principal sócio do trio de brasileiros por trás das Americanas, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Alberto Sicupira, na 3G Capital. Tão raro quanto o relativamente longo período pelo qual a rede de restaurantes – acostumada a trocar de mãos desde a sua fundação, na década de 1950 – se mantém com um mesmo controlador.
O clima de exaltação do podcast de Seides não é injustificado. Em um investimento de aproximadamente US$ 1 bilhão em equity e outros US$ 3 bilhões alavancados por dívida — em uma transação conhecida como LBO —, os gestores viram acontecer um dos melhores negócios da história da firma de private capital, uma empresa hoje avaliada em US$ 28 bilhões.
Como 3G chegou ao Burger King?
“Um dos outputs da análise [para a compra na época] foi de que o negócio do Burger King era significativamente menor que sua marca”, contou Behring no programa. Mesmo diante das frequentes trocas de comando, a empresa já era a segunda maior rede de fast-food do mundo, com aproximadamente 12 mil lojas em 80 países. À época, no entanto, o crescimento no número de lojas era baixo e os problemas se acumulavam.
Para se ter ideia, uma desajeitada promoção de um duplo cheeseburger por um dólar fazia crescer a pilha de processos contra a filial por, basicamente, drenar os rendimentos dos franqueados.
Foi Alex Behring o escolhido pela 3G Capital por abordar um interlocutor de um dos antigos fundos donos do negócio para fechá-lo.
“Ele ficou um pouco surpreso, mas receptivo a uma conversa. Me apresentou o chairman e o CEO da época”, relembra Behring ao podcast. “Foram seis meses de conversas até o negócio ser concretizado”. Então entrou a estratégia “mão na massa” de donos-gestores característica da 3G. Uma reformulação no time com membros da gestora e a melhoria em termos de eficiência.
Para poder crescer…
Entre 2010 e 2013, foram vendidos 1,3 mil restaurantes proprietários, em uma estratégia de redução da rede própria e foco em franqueados. O Burger King (ZAMP3, administradora da rede no Brasil) expandiu internacionalmente por meio de parcerias com grupos experientes em mercados locais subaproveitados, como Brasil, China e França — para se ter ideia, até a 3G chegar com a operação na França, o país não possuía qualquer unidade do restaurante. “E era um dos mercados mais lucrativos do nosso concorrente globalmente”, diz Daniel Schwartz, também sócio da 3G, ao podcast.
Embora a estratégia de “orçamento zero” tenha marcado as empreitadas dos sócios da 3G Capita, Behring descarta que ela tenha sido um dos principais motores para o crescimento do Burger King. Trata-se de uma estratégia de revisão frequente das previsões orçamentárias.
“Frente a toda a publicidade que o ‘orçamento zero’ recebe, a parcela de criação de valor diretamente associada com as eficiências, e por consequência, com o orçamento zero, é baixa”, disse o executivo. “A maior parte do crescimento da empresa veio de forma orgânica e inorgânica”. Hoje parte da Restaurant Brands International (QSR), o Burger King tem como marcas irmãs a rede de frango frito Popeye’s, Tim Horton’s e Firehouse Subs.
Em março de 2023, os gestores venderam 2,2 milhões e ações da QSR, mas o tom, ao menos no podcast, segue de um investimento de longo prazo. Recentemente, foi noticiada a venda da parcela restante da participação que a 3G mantinha na Kraft Heinz — no podcast, os executivos revelam que o negócio da Kraft, especificamente, não gerou lucros para a empresa, e ficou no “zero a zero”.
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