Folia de Reis de Minas Gerais: Cadastro como patrimônio cultural imaterial está sendo ampliado
Minas Gerais amplia o cadastro das Folias de Reis, reforçando a preservação dessa tradição como patrimônio cultural imaterial. Saiba mais sobre os eventos e ações.

Minas Gerais amplia cadastro de Folias de Reis e valoriza patrimônio cultural
Minas Gerais reforça seu compromisso com a valorização das tradições culturais ao ampliar o cadastramento das Folias de Reis como patrimônio cultural imaterial. A Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG), por meio do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG), já registrou 2.643 grupos em 586 municípios mineiros, tornando as Folias o patrimônio cultural imaterial mais representativo do estado.
Ações de mobilização e eventos em destaque
O aumento nos registros é resultado de uma série de ações realizadas ao longo de 2024, como o Encontro de Folias de Leandro Ferreira, o Festival de Folclore de Jequitibá e o Encontro de Flautas Tradicionais do Jequitinhonha. Esses eventos incentivaram grupos de foliões a formalizar o registro de suas práticas culturais, fortalecendo o reconhecimento e a preservação dessa tradição.
Em 2025, nos dias 11 e 12 de janeiro, será realizado o V Encontro de Folias e Pastorinhas, dando início a uma nova etapa desse esforço. O evento, sediado em Diamantina, contará com cortejos, bênçãos aos foliões e apresentações culturais, incluindo o show “Coração Caipira” com o ator e músico Jackson Antunes. A celebração destacará tradições do Norte de Minas e promoverá a integração entre comunidades urbanas e rurais, celebrando o Ciclo de Reis e as Folias de São Sebastião.
História e importância cultural das Folias de Reis
Reconhecidas como patrimônio cultural de Minas Gerais desde 6 de janeiro de 2017, as Folias de Reis carregam saberes e práticas culturais que refletem a identidade mineira. Com raízes na devoção aos santos, como os Reis Magos, São Sebastião e Nossa Senhora da Conceição, os grupos envolvem cantadores e tocadores acompanhados por instrumentos tradicionais, como violas, pandeiros e sanfonas.
As figuras icônicas dos grupos, como reis, palhaços e bastiões, simbolizam a riqueza e a diversidade dessa manifestação. A bandeira, elemento central das Folias, representa o elo entre a fé e as comunidades que preservam essa tradição ao longo dos séculos.
Processo de reconhecimento e salvaguarda
O registro das Folias de Minas como patrimônio cultural começou em 2014, com levantamentos de dados e visitas de campo. O Iepha-MG promoveu capacitações, fóruns de escuta e pesquisas que resultaram na elaboração de um dossiê detalhado. Em 2016, o registro foi aprovado pelo Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (Conep), e desde então, ações de salvaguarda vêm sendo implementadas para garantir a continuidade dessa tradição.
“Esse patrimônio é transmitido por gerações, influenciando profundamente a sociedade mineira e sendo uma expressão marcante da nossa mineiridade. É um elo vivo entre passado, presente e futuro”, destaca Adriano Maximiano da Silva, diretor de Proteção e Memória do Iepha-MG.