‘Jardim murado’ do iPad também vai cair na União Europeia

Sob as regras do DMA, o iPadOS deverá dar mais liberdade (e controle) para usuários europeus na hora de lidar com aplicativos da Apple O post ‘Jardim murado’ do iPad também vai cair na União Europeia apareceu primeiro em Olhar Digital.

‘Jardim murado’ do iPad também vai cair na União Europeia




Após oito meses de investigação, a Comissão Europeia determinou que o iPadOS – sistema operacional do tablet da Apple – tem poder de mercado suficiente para ser submetido a regulamentação mais estrita. O órgão regulador da União Europeia (UE) designou o sistema como um serviço “gatekeeper” sob as regras da Lei de Mercados Digitais (DMA, na sigla em inglês).









Para quem tem pressa:

  • A Comissão Europeia concluiu, após oito meses de investigação, que o iPadOS, sistema operacional dos tablets da Apple, detém poder de mercado suficiente para ser designado como um serviço “gatekeeper” sob as regras da Lei de Mercados Digitais (DMA);
  • Com esta classificação, o iPadOS é considerado um portal essencial para usuários empresariais acessarem consumidores finais. A Apple agora tem um prazo de seis meses para se adequar às exigências regulatórias do DMA, que incluem permitir o download de aplicativos fora da App Store, desinstalação de aplicativos pré-carregados, e a seleção de serviços padrão por parte dos usuários;
  • Caso a Apple falhe em cumprir essas novas exigências regulatórias, ela pode enfrentar multas que podem chegar a até 10% de sua receita global, com a possibilidade de aumento para 20% em casos de infrações repetidas;
  • A decisão da Comissão Europeia sobre o iPadOS representa um desafio significativo ao modelo de negócios da Apple, que tradicionalmente mantém seu ecossistema de dispositivos e serviços fechado numa espécie de jardim murado.

O comunicado divulgado pela Comissão Europeia nesta segunda-feira (29) esclarece que o iPadOS é considerado um portal essencial para que usuários empresariais acessem consumidores finais. Esta classificação implica que a Apple tem posição consolidada e duradoura no mercado, o que justifica a intervenção regulatória.

iPad
(Imagem: Divulgação/Apple)

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Como resultado, a empresa tem um prazo de seis meses para se adequar totalmente às exigências do DMA relacionadas ao seu sistema operacional para iPads.

A decisão da Comissão Europeia sobre o iPadOS representa um desafio significativo ao modelo de negócios da Apple, que tradicionalmente mantém seu ecossistema de dispositivos e serviços numa espécie de jardim murado, como descrito pelo The Verge.

Novas regras para o iPadOS

iPad de 10 geração com Apple Pencil (Imagem: divulgação/Apple)
(Imagem: Divulgação/Apple)

Sob as regras do DMA, que passaram a valer a partir de 7 de março, o iPadOS deverá permitir que os usuários europeus baixem aplicativos fora da App Store, desinstalem aplicativos pré-carregados e escolham serviços padrão, como navegadores, por meio de uma interface de seleção.

Caso a Apple não cumpra essas obrigações, ela poderá enfrentar multas que chegam a até 10% de sua receita global. E esse valor pode subir para 20% em casos de infrações repetidas.

Durante a investigação, a Comissão descobriu que os usuários do iPadOS estão “presos” à plataforma. Foi observado que o número de usuários empresariais supera em onze vezes o limiar estabelecido para ser considerado um “gatekeeper”, enquanto o número de usuários finais está próximo deste limiar e tende a aumentar.

Em setembro de 2023, a Comissão havia designado outros serviços da Apple, como o iOS (sistema operacional do iPhone), o navegador Safari e a App Store, como serviços “gatekeeper”. As mudanças de conformidade impostas ao iOS, contudo, não haviam sido aplicadas ao iPadOS, apesar das plataformas serem bastante semelhantes.

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