Mãe que adotou três irmãos diz que adoção 'não foi plano B'

Professora Francine Furlan e o marido Paulo Henrique adotaram três filhos, hoje com 7, 9 e 11 anos, em um processo que aconteceu durante a pandemia da Covid-19. O GAADI em Itapetininga (SP) abriga em maio de 2024 o total de 19 crianças Beatriz Pereira/g1 "Não foi plano B, foi plano de Deus para nossa família". É um dos trechos de uma carta aberta que a professora Francine dos Santos Furlan, de Itapetininga (SP), publicou nas redes sociais no período que ela chamou de puerpério da adoção. Ela e o marido adotaram três irmãos, hoje com 7, 9 e 11 anos, em um processo que aconteceu durante a pandemia da Covid-19. ???? Participe do canal do g1 Itapetininga e Região no WhatsApp Neste Dia Nacional da Adoção, comemorado em 25 de maio, o g1 conversou com a família que contou a sua história e também especialistas que explicaram como o processo de adoção funciona e a importância da burocracia na reinserção das crianças em novos lares. Segundo dados do Tribunal de Justiça, por meio da lei de acesso à informação, no ano passado , na região de Itapetininga, Sorocaba e Jundiaí, mais de 200 crianças e adolescentes estavam aptos a adoção. ????Presente triplo de aniversário Francine conta que ficou aproximadamente três anos na fila de adoção e em contato com o Grupo de Apoio a Adoção de Itapetininga (GAADI). Quando ela e o marido finalmente viram uma foto dos meninos, ela relata que sentiram amor a primeira vista e já quiseram conhecê-los, porém, sem que eles soubessem que eram potenciais adotantes, para que as crianças não criassem expectativas. "Na hora assim foi aquela coisa, o coração bateu forte, eu tinha certeza que era eles, que eram os nossos filhos.(...) Antes de conseguirem ficar com os meninos permanentemente, o casal precisou visitá-los aos fins de semana, apresentá-los aos outros membros da família até que o processo de aproximação fosse concluído, porém, este período foi complicado, Francine e Paulo precisavam se despedir e "devolver" os meninos ao abrigo, sendo que eles, na maioria das vezes, se agarravam ao casal e não queriam soltar. A professora Francine conta como foi o processo de adoção dos três filhos em Itapetininga Reprodução Como um presente de aniversario para Francine, a guarda dos meninos foi conquistada em agosto de 2021. Segundo ela, não há como romantizar a adoção, pois ela é um ato desafiador. Muitas coisas estavam mudando, tanto na vida do casal como na vida dos meninos, que tiveram de passar por um momento de adaptação. "Fiz terapia, as crianças fizeram terapia, teve daí as dificuldades, mas assim, com uma rede de apoio, tanto da nossa família, de amigos, de pessoas que Deus foi colocando no nosso caminho, a gente conseguiu passar por tudo isso", destaca Francine. Hoje com 7, 9 e 11 anos, respectivamente, as crianças receberam as certidões de nascimento, que continham seus novos sobrenomes e declaravam que eram legalmente filhos de Francine e Paulo Entidades acolhedoras Em Itapetininga, uma das três entidades acolhedoras que recebe crianças encaminhadas pela Vara da Infância e Conselho Tutelar é o Grupo de Apoio à Adoção de Itapetininga (GAADI), local em que Francine Furlan e Pedro Henrique Furlan encontraram seus três filhos. Atualmente, o GAADI está abrigando 19 crianças, que participam de atividades educativas no dia-a-dia mas também frequentam a escola. A entidade sem fins lucrativos também se dispõe a orientar pessoas que desejam adotar ou que já adotaram e desejam compartilhar experiencias, com reuniões pelo menos uma vez ao mês. As crianças acolhidas realizam atividades educativas no GAADI em Itapetininga (SP) Beatriz Pereira/g1 Segundo a professora, advogada e doutora Eunice Granato, que é voluntária do GAADI e trabalha há mais de 30 anos na área jurídica familiar, o processo de adoção é rápido e pode começar a partir da disponibilidade da criança, sem vínculos com a família de origem, e a habilitação do casal ou pessoa que deseja adotá-la. "Ser habilitado é quando o casal passou pelo poder judiciário, foi orientado, teve curso de orientação psicossocial e jurídica, que é obrigatório por lei, passou pelas técnicas do fórum e foi considerado habilitado para a adoção, ou seja, apto a receber uma criança para educar, amar e promover o desenvolvimento humano que aquela criança necessita", explica Eunice. Eunice Ferreira Rodrigues Granato, de Itapetininga (SP), também é autora do livro "Adoção Doutrina e Prática" Beatriz Pereira/g1 A presidente do GAADI e diretora de ensino, Luciana Curi, também compartilha dos sentimentos intensos de realizar uma adoção, sua filha mais nova, Laura Curi, hoje tem 15 anos e foi adotada logo quando nasceu. "Eu acompanhei a gestação, sempre conversava com a mãe biológica dela e queria estar lá para buscá-la logo quando ela nasceu, mas não consegui, então foi a família toda, a família 'buscapé', no dia seguinte, lá pra Aracajú (SE), buscar minha filha", lembra Luciana. Luciana também conta que a vontade de ter uma família maior e com uma p

Mãe que adotou três irmãos diz que adoção 'não foi plano B'





Professora Francine Furlan e o marido Paulo Henrique adotaram três filhos, hoje com 7, 9 e 11 anos, em um processo que aconteceu durante a pandemia da Covid-19. O GAADI em Itapetininga (SP) abriga em maio de 2024 o total de 19 crianças Beatriz Pereira/g1 "Não foi plano B, foi plano de Deus para nossa família". É um dos trechos de uma carta aberta que a professora Francine dos Santos Furlan, de Itapetininga (SP), publicou nas redes sociais no período que ela chamou de puerpério da adoção. Ela e o marido adotaram três irmãos, hoje com 7, 9 e 11 anos, em um processo que aconteceu durante a pandemia da Covid-19. ???? Participe do canal do g1 Itapetininga e Região no WhatsApp Neste Dia Nacional da Adoção, comemorado em 25 de maio, o g1 conversou com a família que contou a sua história e também especialistas que explicaram como o processo de adoção funciona e a importância da burocracia na reinserção das crianças em novos lares. Segundo dados do Tribunal de Justiça, por meio da lei de acesso à informação, no ano passado , na região de Itapetininga, Sorocaba e Jundiaí, mais de 200 crianças e adolescentes estavam aptos a adoção. ????Presente triplo de aniversário Francine conta que ficou aproximadamente três anos na fila de adoção e em contato com o Grupo de Apoio a Adoção de Itapetininga (GAADI). Quando ela e o marido finalmente viram uma foto dos meninos, ela relata que sentiram amor a primeira vista e já quiseram conhecê-los, porém, sem que eles soubessem que eram potenciais adotantes, para que as crianças não criassem expectativas. "Na hora assim foi aquela coisa, o coração bateu forte, eu tinha certeza que era eles, que eram os nossos filhos.(...) Antes de conseguirem ficar com os meninos permanentemente, o casal precisou visitá-los aos fins de semana, apresentá-los aos outros membros da família até que o processo de aproximação fosse concluído, porém, este período foi complicado, Francine e Paulo precisavam se despedir e "devolver" os meninos ao abrigo, sendo que eles, na maioria das vezes, se agarravam ao casal e não queriam soltar. A professora Francine conta como foi o processo de adoção dos três filhos em Itapetininga Reprodução Como um presente de aniversario para Francine, a guarda dos meninos foi conquistada em agosto de 2021. Segundo ela, não há como romantizar a adoção, pois ela é um ato desafiador. Muitas coisas estavam mudando, tanto na vida do casal como na vida dos meninos, que tiveram de passar por um momento de adaptação. "Fiz terapia, as crianças fizeram terapia, teve daí as dificuldades, mas assim, com uma rede de apoio, tanto da nossa família, de amigos, de pessoas que Deus foi colocando no nosso caminho, a gente conseguiu passar por tudo isso", destaca Francine. Hoje com 7, 9 e 11 anos, respectivamente, as crianças receberam as certidões de nascimento, que continham seus novos sobrenomes e declaravam que eram legalmente filhos de Francine e Paulo Entidades acolhedoras Em Itapetininga, uma das três entidades acolhedoras que recebe crianças encaminhadas pela Vara da Infância e Conselho Tutelar é o Grupo de Apoio à Adoção de Itapetininga (GAADI), local em que Francine Furlan e Pedro Henrique Furlan encontraram seus três filhos. Atualmente, o GAADI está abrigando 19 crianças, que participam de atividades educativas no dia-a-dia mas também frequentam a escola. A entidade sem fins lucrativos também se dispõe a orientar pessoas que desejam adotar ou que já adotaram e desejam compartilhar experiencias, com reuniões pelo menos uma vez ao mês. As crianças acolhidas realizam atividades educativas no GAADI em Itapetininga (SP) Beatriz Pereira/g1 Segundo a professora, advogada e doutora Eunice Granato, que é voluntária do GAADI e trabalha há mais de 30 anos na área jurídica familiar, o processo de adoção é rápido e pode começar a partir da disponibilidade da criança, sem vínculos com a família de origem, e a habilitação do casal ou pessoa que deseja adotá-la. "Ser habilitado é quando o casal passou pelo poder judiciário, foi orientado, teve curso de orientação psicossocial e jurídica, que é obrigatório por lei, passou pelas técnicas do fórum e foi considerado habilitado para a adoção, ou seja, apto a receber uma criança para educar, amar e promover o desenvolvimento humano que aquela criança necessita", explica Eunice. Eunice Ferreira Rodrigues Granato, de Itapetininga (SP), também é autora do livro "Adoção Doutrina e Prática" Beatriz Pereira/g1 A presidente do GAADI e diretora de ensino, Luciana Curi, também compartilha dos sentimentos intensos de realizar uma adoção, sua filha mais nova, Laura Curi, hoje tem 15 anos e foi adotada logo quando nasceu. "Eu acompanhei a gestação, sempre conversava com a mãe biológica dela e queria estar lá para buscá-la logo quando ela nasceu, mas não consegui, então foi a família toda, a família 'buscapé', no dia seguinte, lá pra Aracajú (SE), buscar minha filha", lembra Luciana. Luciana também conta que a vontade de ter uma família maior e com uma presença feminina era muito grande, por este motivo decidiu entrar na fila de adoção solicitando uma menina. A presidente ainda lembra que seus outros dois filhos mais velhos, se emocionaram ao ver a irmã pela primeira vez, dizendo que ela era exatamente como eles imaginaram. Laura foi adotada por Luciana ainda quando era bebê Luciana Curi/Arquivo pesoal ????Burocracia da adoção O juiz da da Vara da Infância de Itapetininga, Alessandro Viana de Paula, explica que as crianças, enquanto aguardam os trâmites judicias, ficam em lares temporários até que a Justiça dê o primeiro passo para tentar reinserir as crianças na família de origem, quando isso não é possível, elas entraram para as filas de adoção. Alessandro também destaca que o processo não é tão burocrático, mas sim a escolha dos adotantes que pode influenciar nos trâmites e no tempo de espera. Juiz da Vara da Infância e Juventude de Itapetininga (SP) Alessandro Viana de Paula. Reprodução/TV TEM Quem pode adotar? Conforme orientado pelo GAADI e a advogada Eunice, qualquer pessoa solteira, casada, viúva, que viva em união estável ou faça parte de um casal homoafetivo poderá adotar uma criança desde que tenha sido aprovada pelo poder judiciário. Existe idade para adotar? Pessoas acima de 18 anos, respeitando a diferença de 16 anos entre adotante e adotado, também poderão entrar na fila de adoção, por exemplo, se a pessoa tiver 20 anos, poderá adotar uma criança de até 4 anos de idade. Quais os critérios de escolha dos pais adotivos? As pessoas serão consideradas habilitadas se provarem ter capacidade de acolher, educar e amar uma criança, além de que devem ser pessoas de boa índole e possuírem boa saúde física e mental. Também é preciso ter estabilidade financeira e possibilidade econômica para alimentar e proporcionar estudos para a criança que pretendem adotar, porém, não é necessário ter casa própria, Os candidatos que desejam adotar devem se dirigir ao Fórum e fazer uma inscrição, apresentando os documentos que forem solicitados como de identidade, comprovante de residência, comprovante de rendimentos, certidão de casamento e atestado médico que comprove saúde física e metal. A habilitação será avaliada pela equipe técnica da Vara da Infância e da Juventude. Como funciona o processo de adoção? Quando a criança está disponível para adoção, momento em que os pais já tenham sido destituídos do poder familiar, o Poder Judiciário chama o casal, ou a pessoa solteira, que se candidatou para a adoção daquele perfil de criança. Depois disso, por meio de contato com um advogado, o candidato pede ao Juiz que, depois de ouvir o Ministério Público, lhe conceda adoção. O processo não costuma ser demorado, em três ou quatro meses pode ser concluído. Nos casos em que a criança tem mais de 1 ano de idade, há a necessidade de um estágio de convivência para verificar a adaptação da criança à família. Nos casos em que os genitores ainda forem passar pelo processo de destituição do poder familiar, o processo de adoção levará mais tempo, pois eles deverão ser ouvidos em Juízo e terão toda a oportunidade de defesa. Casais homoafetivos ajudam a dobrar o número de adoções no Brasil nos últimos 4 anos Jornal Nacional/ Reprodução *Colaborou sob supervisão de Carla Monteiro Veja mais notícias no g1 Itapetininga e Região VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM