Melhoramento genético amplia produção e qualidade do café em Minas Gerais

Melhoramento genético eleva produtividade e qualidade do café mineiro. Pesquisas da Epamig criam cultivares adaptadas e impulsionam a cafeicultura.

Melhoramento genético amplia produção e qualidade do café em Minas Gerais
Alexandre Vilela, produtor de café no Sítio Refazenda. Crédito: Erasmo Reis




Melhoramento genético impulsiona produtividade e qualidade do café mineiro









Pesquisa avançada desenvolve cultivares adaptadas e fortalece a cafeicultura em Minas Gerais

Minas Gerais se destaca como o maior produtor de café do Brasil, e um dos fatores essenciais para esse sucesso é a aplicação da ciência na lavoura. O melhoramento genético tem impulsionado significativamente a qualidade e a produtividade do cafeeiro no estado, garantindo maior eficiência produtiva e sabores diferenciados.

Estudos conduzidos pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), em colaboração com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e universidades, têm desenvolvido novas cultivares adaptadas às condições climáticas e topográficas de Minas Gerais. Esse avanço científico está diretamente ligado ao aumento da produtividade e à sustentação da cafeicultura mineira no mercado global.

O pesquisador da Epamig, Gladyston Carvalho, ressalta que o foco das pesquisas é oferecer ao cafeicultor conhecimento e novas variedades genéticas que aumentem a produtividade e aprimorem o sistema produtivo. "Atualmente, Minas Gerais possui 587 municípios cultivando café, sendo responsável por cerca de 50% da área cafeeira nacional e 40% da produção do país. Milhares de produtores dependem da cultura e da inovação gerada pela pesquisa agropecuária", afirma.

Segundo Vinícius Andrade, também pesquisador da Epamig, a área de plantio de café no Brasil não cresceu expressivamente nas últimas décadas, mas a produtividade aumentou consideravelmente. "Na década de 1980, a média de produção era de sete sacas por hectare. Hoje, esse número varia entre 25 e 30 sacas por hectare", compara. Ele reforça que a pesquisa também tem papel fundamental na valorização do cafeicultor e na garantia da sucessão familiar na atividade, preservando uma das culturas mais emblemáticas do Brasil.

Pesquisa genética e desenvolvimento de cultivares

Ao longo das últimas décadas, Minas Gerais se consolidou como líder nacional na produção de café, impulsionada pelo avanço científico no melhoramento genético. A Epamig registrou mais de 20 cultivares adaptadas às condições do estado, incluindo variedades como Topázio MG1190, MGS Paraíso 2, MGS EPAMIG 1194, MGS Aranãs e MGS Ametista. Essas cultivares têm contribuído para elevar a produtividade, a resiliência e a qualidade do café mineiro.

O desenvolvimento de uma nova cultivar é um processo minucioso que pode levar de 20 a 30 anos. A técnica envolve a hibridação de plantas com características desejadas e a avaliação rigorosa em campos experimentais. Somente após um período de testes em diversos ambientes, as cultivares são registradas e recomendadas para os produtores.

Entre 2016 e 2022, a Epamig desenvolveu um projeto robusto de avaliação de cultivares na região do Cerrado Mineiro, em parceria com a Federação dos Cafeicultores do Cerrado e o Consórcio Pesquisa Café. Foram instaladas unidades demonstrativas em propriedades rurais para testar e validar novas variedades. Como resultado, identificaram-se cultivares de maior potencial para a região, possibilitando a expansão da pesquisa para outras áreas cafeeiras de Minas Gerais.

Ciência aplicada no campo

O impacto da pesquisa genética é visível no dia a dia dos produtores mineiros. Alexandre Vilela, cafeicultor de quarta geração no Sítio Refazenda, em Nepomuceno, Sul de Minas, apostou na reestruturação das lavouras com novas cultivares da Epamig. "Acreditamos na ciência, e as pesquisas têm trazido resultados concretos. Aqui, introduzimos as variedades Catiguá MG2, MGS Aranãs e MGS Paraíso 2, que têm mostrado maior produtividade e qualidade", relata.

O avanço científico continua impulsionando a renovacão do parque cafeeiro mineiro, assegurando que Minas Gerais mantenha sua posição de referência mundial na produção de café de alta qualidade.

AMP/press - Agência MINAS / Sindijori

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