Polícia faz operação contra policiais e empresário suspeitos de furtar máquina de cigarros de 5 t de dentro da Cidade da Polícia
Agentes cumprem três mandados de busca e apreensão. Equipamento teria sido levado para Cuiabá, para ser vendido. Máquina de fazer cigarro que mede 6 m e pesa mais de 5 t é furtada de dentro da Cidade da Polícia Policiais da Corregedoria da Polícia Civil fazem uma operação, nesta segunda-feira (1), contra suspeitos de furtar uma máquina de fazer cigarro que tem mais de 6 metros de comprimento e pesa mais de 5 toneladas de dentro da Cidade da Polícia – o centro de comando da Polícia Civil no estado. O furto foi revelado pelo RJ2 no dia 20 de março (veja acima). Os agentes cumprem três mandados de busca e apreensão. Os alvos são dois policiais — um militar e um civil — e um empresário. De acordo com as investigações, após ser retirado do local, o equipamento teria sido escoltado com uma viatura da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Carga (DRFC) até Cuiabá, para ser vendido. A ação conta com o apoio da Subsecretaria de Inteligência e da Corregedoria da Polícia Militar. O furto A máquina de produzir cigarros furtada é do tamanho de um caminhão. Ela foi levada na calada da noite – e a polícia só descobriu que o equipamento sumiu quatro meses depois. Funcionam na Cidade da Polícia 15 delegacias especializadas – órgãos ligados à chefia da corporação – e trabalham mais de três mil agentes. A máquina estava guardada num galpão onde fica o depósito de bens apreendidos da Delegacia de Cargas, que fica nos fundos do complexo. O equipamento havia sido apreendido numa operação realizada em julho de 2022, em uma ação de outra unidade, o Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro. A investigação era contra um grupo que mantinha 23 paraguaios e um brasileiro em situação análoga à escravidão. Os trabalhadores eram obrigados a trabalhar numa fábrica clandestina de cigarros, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Não recebiam salário e eram impedidos de sair da fábrica. Relembre abaixo a reportagem sobre a investigação que achou os 23 paraguaios: Trabalhadores são resgatados em condições análogas à escravidão em Caxias 2,5 mil cigarros por minuto Todo o material apreendido, entre eles, a máquina modelo MK8 PA7, usada na fabricação dos cigarros, foi levado para ser guardado com a Delegacia de Cargas. Um equipamento valioso à indústria do cigarro, capaz de produzir 2,5 mil cigarros por minuto. A máquina ficou bem guardada lá por pouco mais de sete meses. Por determinação da 3ª Vara do Trabalho de Caxias, onde tramita o processo, ela foi vendida em um leilão. Parte do valor da venda seria revertido para projetos sociais. Máquina de produzir cigarro Reprodução/TV Globo O leilão aconteceu no dia 8 de fevereiro do ano passado. A empresa que venceu a disputa online, a Indústria Amazônica de Cigarros Ltda, comprou o equipamento por R$ 550 mil. No entanto, uma semana depois, na madrugada do dia 17 de fevereiro, uma quinta-feira véspera de carnaval, a máquina foi furtada. O sumiço só foi descoberto em junho, quando um oficial de Justiça esteve na Cidade da Polícia, na companhia do representante da empresa vencedora para verificar as condições do bem comprado. Ao chegarem ao depósito, não encontraram a máquina. Imagem aérea da Cidade da Polícia, no Jacaré, Zona Norte do Rio Reprodução/TV Globo Em novembro, nove meses após o furto, a Corregedoria da Polícia Civil instaurou um inquérito. A investigação interrogou quase 50 pessoas – todos os policiais que estavam de plantão na portaria da Cidade da Polícia durante o carnaval foram ouvidos. Ninguém viu qualquer movimentação que pudesse explicar a ação dos criminosos. A investigação acredita que o autor do furto seja alguém com acesso ao depósito, porque o local fica trancado e poucas pessoas têm as chaves. Outra conclusão do inquérito é que os criminosos teriam usado um caminhão do tipo Munck, que além da carroceria tem um equipamento parecido com um guindaste para içar peças pesadas, como a máquina que foi furtada. A conclusão é que o furto não foi uma operação simples, nem silenciosa, e que precisou de mais de uma pessoa envolvida na operação. A TV Globo apurou que o depósito onde estava a máquina não tem câmera de segurança e, na época do furto, a portaria também estava sem monitoramento por imagem. Troca de secretários Quando o equipamento sumiu, em fevereiro de 2023, a Polícia Civil era chefiada por Fernando Albuquerque. O sumiço só foi percebido em junho, ainda na gestão dele. Na época, a Delegacia de Cargas abriu uma sindicância para apurar o sumiço. As circunstâncias do desaparecimento continuaram sem resposta com o secretário de Polícia seguinte, José Renato Torres, que ficou um mês no cargo. A Corregedoria entrou no caso em novembro, um mês depois do atual secretário de Polícia Civil, Marcos Amim, assumir. Máquina de produzir cigarro que foi furtada de dentro da Cidade da Polícia Reprodução/TV Globo


Agentes cumprem três mandados de busca e apreensão. Equipamento teria sido levado para Cuiabá, para ser vendido. Máquina de fazer cigarro que mede 6 m e pesa mais de 5 t é furtada de dentro da Cidade da Polícia Policiais da Corregedoria da Polícia Civil fazem uma operação, nesta segunda-feira (1), contra suspeitos de furtar uma máquina de fazer cigarro que tem mais de 6 metros de comprimento e pesa mais de 5 toneladas de dentro da Cidade da Polícia – o centro de comando da Polícia Civil no estado. O furto foi revelado pelo RJ2 no dia 20 de março (veja acima). Os agentes cumprem três mandados de busca e apreensão. Os alvos são dois policiais — um militar e um civil — e um empresário. De acordo com as investigações, após ser retirado do local, o equipamento teria sido escoltado com uma viatura da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Carga (DRFC) até Cuiabá, para ser vendido. A ação conta com o apoio da Subsecretaria de Inteligência e da Corregedoria da Polícia Militar. O furto A máquina de produzir cigarros furtada é do tamanho de um caminhão. Ela foi levada na calada da noite – e a polícia só descobriu que o equipamento sumiu quatro meses depois. Funcionam na Cidade da Polícia 15 delegacias especializadas – órgãos ligados à chefia da corporação – e trabalham mais de três mil agentes. A máquina estava guardada num galpão onde fica o depósito de bens apreendidos da Delegacia de Cargas, que fica nos fundos do complexo. O equipamento havia sido apreendido numa operação realizada em julho de 2022, em uma ação de outra unidade, o Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro. A investigação era contra um grupo que mantinha 23 paraguaios e um brasileiro em situação análoga à escravidão. Os trabalhadores eram obrigados a trabalhar numa fábrica clandestina de cigarros, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Não recebiam salário e eram impedidos de sair da fábrica. Relembre abaixo a reportagem sobre a investigação que achou os 23 paraguaios: Trabalhadores são resgatados em condições análogas à escravidão em Caxias 2,5 mil cigarros por minuto Todo o material apreendido, entre eles, a máquina modelo MK8 PA7, usada na fabricação dos cigarros, foi levado para ser guardado com a Delegacia de Cargas. Um equipamento valioso à indústria do cigarro, capaz de produzir 2,5 mil cigarros por minuto. A máquina ficou bem guardada lá por pouco mais de sete meses. Por determinação da 3ª Vara do Trabalho de Caxias, onde tramita o processo, ela foi vendida em um leilão. Parte do valor da venda seria revertido para projetos sociais. Máquina de produzir cigarro Reprodução/TV Globo O leilão aconteceu no dia 8 de fevereiro do ano passado. A empresa que venceu a disputa online, a Indústria Amazônica de Cigarros Ltda, comprou o equipamento por R$ 550 mil. No entanto, uma semana depois, na madrugada do dia 17 de fevereiro, uma quinta-feira véspera de carnaval, a máquina foi furtada. O sumiço só foi descoberto em junho, quando um oficial de Justiça esteve na Cidade da Polícia, na companhia do representante da empresa vencedora para verificar as condições do bem comprado. Ao chegarem ao depósito, não encontraram a máquina. Imagem aérea da Cidade da Polícia, no Jacaré, Zona Norte do Rio Reprodução/TV Globo Em novembro, nove meses após o furto, a Corregedoria da Polícia Civil instaurou um inquérito. A investigação interrogou quase 50 pessoas – todos os policiais que estavam de plantão na portaria da Cidade da Polícia durante o carnaval foram ouvidos. Ninguém viu qualquer movimentação que pudesse explicar a ação dos criminosos. A investigação acredita que o autor do furto seja alguém com acesso ao depósito, porque o local fica trancado e poucas pessoas têm as chaves. Outra conclusão do inquérito é que os criminosos teriam usado um caminhão do tipo Munck, que além da carroceria tem um equipamento parecido com um guindaste para içar peças pesadas, como a máquina que foi furtada. A conclusão é que o furto não foi uma operação simples, nem silenciosa, e que precisou de mais de uma pessoa envolvida na operação. A TV Globo apurou que o depósito onde estava a máquina não tem câmera de segurança e, na época do furto, a portaria também estava sem monitoramento por imagem. Troca de secretários Quando o equipamento sumiu, em fevereiro de 2023, a Polícia Civil era chefiada por Fernando Albuquerque. O sumiço só foi percebido em junho, ainda na gestão dele. Na época, a Delegacia de Cargas abriu uma sindicância para apurar o sumiço. As circunstâncias do desaparecimento continuaram sem resposta com o secretário de Polícia seguinte, José Renato Torres, que ficou um mês no cargo. A Corregedoria entrou no caso em novembro, um mês depois do atual secretário de Polícia Civil, Marcos Amim, assumir. Máquina de produzir cigarro que foi furtada de dentro da Cidade da Polícia Reprodução/TV Globo