'Tempo severo': alertas durante período chuvoso aumentaram quase 500% em MG nos últimos três anos, e investimentos caíram
Segundo o Instituto Mineiro de Gestão das Águas, de outubro de 2020 a março de 2021, foram emitidas 3.145 notificações. Entre outubro de 2022 a março de 2023, este número saltou para 18.814. Já o orçamento para prevenção de desastres caiu pela metade no ano passado. Recursos ligados à prevenção de chuvas caíram em Minas Os alertas de tempo severo durante o período chuvoso aumentaram quase 500% em Minas Gerais nos últimos três anos. Em contrapartida, os recursos investidos em programas de prevenção a desastres ambientais e Defesa Civil caíram em 2023. De acordo com o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), autarquia ligada à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad), de outubro de 2020 a março de 2021, foram emitidas 3.145 notificações de eventos extremos. Entre outubro de 2022 e março do ano passado, este número saltou para 18.814 (veja gráfico abaixo). Por outro lado, dados do Portal da Transparência do Executivo estadual mostram que os investimentos para prevenir ou minimizar tragédias ambientais não acompanharam a mesma proporção. Em 2020, o orçamento para a área foi de cerca de R$ 2,3 milhões; Em 2021, de R$ 6,7 milhões; Em 2022, quase R$ 13 milhões; Em 2023, apenas R$ 5,4 milhões. O relatório do Igam sobre o último período chuvoso, que inclui os primeiros meses de 2024, ainda não foi concluído, mas já indica pontos importantes sobre a situação climática no estado e o que precisa ser feito, como a destinação de recursos para as Defesas Civis. De janeiro até agora, o governo do estado investiu R$ 719 mil na área. 'Emergência climática' Claudinéia Lacerda, moradora de uma área de risco no bairro Jardim Alvorada, em BH Reprodução/TV Globo Ainda segundo a autarquia, entre 2020 e 2023, 58 pessoas morreram em ocorrências relacionadas às chuvas em Minas. Quem mora em áreas de risco sempre se preocupa quando o tempo fecha ou surge um temporal. "Quando começa a chover, eu já não fico tranquila. Fico toda hora na varanda olhando como a água está descendo, fico preocupada", disse Claudinéia Lacerda, moradora de uma área de risco no bairro Jardim Alvorada, em BH. Para especialistas, além de orçamento, é preciso construir metas claras e debater como as cidades enfrentam as mudanças do clima. "A gente está pagando o preço do desmatamento, do desmonte da legislação ambiental brasileira e sobretudo do negacionismo da ciência. Nós não estamos mais no momento de mudança climática, é o momento de emergência climática", afirmou Malu Ribeiro, diretora de políticas públicas na Fundação SOS Mata Atlântica. Os vídeos mais vistos do g1 Minas:


Segundo o Instituto Mineiro de Gestão das Águas, de outubro de 2020 a março de 2021, foram emitidas 3.145 notificações. Entre outubro de 2022 a março de 2023, este número saltou para 18.814. Já o orçamento para prevenção de desastres caiu pela metade no ano passado. Recursos ligados à prevenção de chuvas caíram em Minas Os alertas de tempo severo durante o período chuvoso aumentaram quase 500% em Minas Gerais nos últimos três anos. Em contrapartida, os recursos investidos em programas de prevenção a desastres ambientais e Defesa Civil caíram em 2023. De acordo com o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), autarquia ligada à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad), de outubro de 2020 a março de 2021, foram emitidas 3.145 notificações de eventos extremos. Entre outubro de 2022 e março do ano passado, este número saltou para 18.814 (veja gráfico abaixo). Por outro lado, dados do Portal da Transparência do Executivo estadual mostram que os investimentos para prevenir ou minimizar tragédias ambientais não acompanharam a mesma proporção. Em 2020, o orçamento para a área foi de cerca de R$ 2,3 milhões; Em 2021, de R$ 6,7 milhões; Em 2022, quase R$ 13 milhões; Em 2023, apenas R$ 5,4 milhões. O relatório do Igam sobre o último período chuvoso, que inclui os primeiros meses de 2024, ainda não foi concluído, mas já indica pontos importantes sobre a situação climática no estado e o que precisa ser feito, como a destinação de recursos para as Defesas Civis. De janeiro até agora, o governo do estado investiu R$ 719 mil na área. 'Emergência climática' Claudinéia Lacerda, moradora de uma área de risco no bairro Jardim Alvorada, em BH Reprodução/TV Globo Ainda segundo a autarquia, entre 2020 e 2023, 58 pessoas morreram em ocorrências relacionadas às chuvas em Minas. Quem mora em áreas de risco sempre se preocupa quando o tempo fecha ou surge um temporal. "Quando começa a chover, eu já não fico tranquila. Fico toda hora na varanda olhando como a água está descendo, fico preocupada", disse Claudinéia Lacerda, moradora de uma área de risco no bairro Jardim Alvorada, em BH. Para especialistas, além de orçamento, é preciso construir metas claras e debater como as cidades enfrentam as mudanças do clima. "A gente está pagando o preço do desmatamento, do desmonte da legislação ambiental brasileira e sobretudo do negacionismo da ciência. Nós não estamos mais no momento de mudança climática, é o momento de emergência climática", afirmou Malu Ribeiro, diretora de políticas públicas na Fundação SOS Mata Atlântica. Os vídeos mais vistos do g1 Minas: