Violência marca eleições municipais de 2024
Foram 128 casos de violência contra lideranças políticas; é o dobro do registrado no primeiro trimestre do ano

Violência marca eleições municipais de 2024
Foram 128 casos de violência contra lideranças políticas; é o dobro do registrado no primeiro trimestre do ano
A violência eleitoral nas eleições municipais de 2024 tem se mostrado um fenômeno alarmante, refletido tanto no noticiário quanto nos números. No segundo trimestre deste ano, o Observatório da Violência Política e Eleitoral registrou 128 episódios de violência contra lideranças políticas, o que representa um aumento de mais de 100% em comparação com o trimestre anterior. A região Sudeste concentrou 47 desses casos, sendo São Paulo o estado mais violento, seguido por Bahia e Rio de Janeiro. Entre as várias formas de violência, os homicídios se destacam, sendo responsáveis por 25 ocorrências, com o Rio de Janeiro liderando esse triste ranking com seis casos.
Um exemplo recente desse cenário trágico aconteceu em Nova Iguaçu, quando o candidato a vereador Joãozinho Fernandes foi assassinado após uma caminhada de campanha. Para especialistas como o professor Jean Menezes de Aguiar, da FGV, essa onda de violência política reflete a própria realidade social brasileira, marcada por altos índices de homicídios e a crescente influência do crime organizado na política.
A polarização política é outro fator que tem alimentado esse clima de tensão, exacerbando as emoções e resultando em confrontos físicos, como ocorreu no caso de José Luiz Datena, que agrediu um oponente em um debate eleitoral. A visibilidade que esses incidentes ganham nas redes sociais contribui para a sua repercussão e perpetuação.
Em resposta a esse aumento na violência, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou o envio da Força Federal para 12 estados, incluindo Rio de Janeiro, Ceará e Amazonas, a fim de garantir a segurança durante o processo eleitoral. A presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, destacou que essa medida visa assegurar um ambiente tranquilo e ordeiro para o exercício do voto.
Essa escalada de violência política é preocupante e reflete um acirramento das tensões que têm caracterizado o cenário eleitoral brasileiro, colocando em risco não apenas candidatos e lideranças políticas, mas também a integridade do processo democrático.